segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

terça-feira, 4 de dezembro de 2012



Adiamento

Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã...
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não...
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico...
Esta espécie de alma...
Só depois de amanhã...
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-rne para pensar amanhã no dia seguinte...
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos...
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o mundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã...
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro...
Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
Só depois de amanhã...
Quando era criança o circo de domingo divertia-rne toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância...
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático
Serão convocadas por um edital...
Mas por um edital de amanhã...
Hoje quero dormir, redigirei amanhã...
Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância?
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,
Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo...
Antes, não...
Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei. Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser.
Só depois de amanhã...
Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã...
Sim, talvez só depois de amanhã...
O porvir...
Sim, o porvir...


Álvaro de Campos




Estamos em Dezembro... Mais um ano prestes a terminar. Nesta época tenho uma estranha e insistente mania de fazer um balanço do ano e dos 24 anos de vida que já passaram, pelo menos dos que me lembro. Pratica quase sadomasoquista que me drena toda a energia e vontade de mover-me. Sou bastante apologista que ao humano deveria ser dada a opção de hibernar pois nestas épocas fico bastante mal humorada e antissocial. Não que não goste do Outono e do Inverno, pelo contrário adoro a chuva, o frio, o cheiro a terra molhada, a busca incessante por cada raio de sol que nos aquece a alma, o andar sem rumo à chuva a pisar as folhas e o espetáculo de cores quentes que contrastam com o tempo frio. Contudo este meu à-vontade com o meio ambiente não se reflete de todo com os meus semelhantes, pois é nestes tempos que penso no que fiz e no que poderia ter feito. E entro nesta guerra com o Relógio exigindo que o mesmo pare enquanto faço este exercício de reflecção e o mesmo teima em girar e com ele tudo a tua volta, assim como a vida parece demasiado pequena para todos os sonhos e ambições e mesmo assim tendo a desperdiçar tempo e energia como se estes fossem infinitos a pensar o que fiz de errado e o porque de não consigo seguir em frente pois ano após anos cometo os mesmos erros… Há uns anos atras numa das minhas visitas a Lisboa no Castelo de S. Jorge dei por mim parada a complementar a cidade quando a conversa de dois idosos me chamou atenção pois um deles de religião diferente da minha dizia que cada ser humano nasce com o seu destino traçado que Deus sabe o caminho que cada um vai caminhar e se essa pessoa será feliz ou infeliz, o que me deixou perturbada pois o Deus que me deram a conhecer não deseja que nenhum de nos seja infeliz quanto mais destinar-nos esse triste fado de virmos a este mundo para sermos infelizes. Este ano voltei ao castelo de S. Jorge mal cheguei a primeira memoria que tive foi essa conversa, que agora mais madura e com mais idade a pesar-me na alma e a refletir-se na minha aparência fez-me compreender as palavras daquele homem. A verdade é que me apercebi que Deus não é de todo o culpado pela nossa infelicidade, pois ele dá-nos a opção de escolher o caminho o tal livre arbítrio que insisto em não utilizar, pois nada nos impede de fugir ou lutar contra aquilo que nos torna miseráveis e que nos vai diminuindo e quebrando até acreditar-mos que não vale a pena lutares contra aquilo que nos tornar-mos ou porque sabes que ao faze-lo vais magoar as pessoas a tua volta. A verdade é que prefiro caminhar pelas pessoas que amo pois o facto de as magoar ou desiludir iria trazer-me uma dor e culpa insuportável logo vou limitando-me a viver pelos outros, ou simplesmente porque a minha consciência não me permite ser indiferente as dificuldades alheias.
E por isso uns estão destinados a ser felizes e outros infelizes, pois Deus em toda a sua infinita sabedoria sabe perfeitamente quais vão ser as opções que vamos tomar e o preço a pagar por elas. Por isso vou pedindo por força para mudar e para lutar contra esta teimosia Taurina de manter os pês no chão e temer o desconhecido, e finalmente ousar lutar pelos sonhos encostados num cantinho na mente e que ecoam no pensamento e talvez assim ser algo mais próximo do que desejei.

domingo, 21 de outubro de 2012

Domingo na Aldeia...

Friozinho de Outono e tudo que faz bem à alma!

@Paço.de.Sousa.Penafiel
























































xoxo

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Vicio fulminante!!



Um dos grandes amores da minha vida é o café e tudo o que dele deriva. Basicamente o meu elixir da vida, combustível para o bom funcionamento físico e mental da minha pessoa.
Há uns tempos atrás fiquei perplexa com um anúncio de uma marca que profetizava ter o verdadeiro galão português para fazer em casa, como é óbvio fiquei com aquela típica expressão de Anime Japonês pensando: “ Ahaha BRINCALHÕES… Galão que é galão não vem em saquetas!!! ”

Passado alguns meses e nomeadamente na semana passada, chega a casa o meu pai com 3 saquetas amostra do tal produto a meu ver extremamente duvidoso. A verdade é que na falta de café caseirinho decidi experimentar. E qual magia negra… OMG é muito bom, não é bem galão, mas é muito bom… ao ponto de acabada a primeira saqueta, tomar a segunda no mesmo dia passado algumas horas, e beber a última na manhã seguinte! Sendo um esforço sobre-humano para não desaparecer com elas no mesmo dia pois seria muita ironia para a minha consciência assimilar.
Vicio fulminante este, que me levou ao supermercado mais próximo no dia seguinte para comprar as tais saquetas (que devem ter algo ilícito só pode), agora estou a “panicar” pois já não sobram muitas e porque tomei consciência que tenho de arranjar forma de acabar com esta situação. Como tal se verificarem má disposição, enbirrismo, falta de Humor, e olhos fora de orbita não liguem e não levem a mal pois trata-se apenas da ressaca após galão em saquetas.